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17 de outubro de 2011

FORJA


Nei Duclós

Poesia como ofício
cantochão com meio dia
jogral de corais avulsos
um refrão em carne viva
anjo lavado em cacimba
tecelã vem de visita
solidão pescada hoje
peças de companhia

Uma sesta de sonetos
uma tarde de elegias
mexilhão de verso arisco
epopéia na tardinha
happy hour de Leminski
Garcia Lorca e Cecília
comando Camões na lira
procissão Jorge de Lima

Termina tudo no riso
mestre com aprendizes
o poema fica pronto
para o desfile seguinte
verbo sem dobradiça
consoante em ferraria
cores vogais bailarinas
palavra beijando sílaba

Na praça com meteorito
artes de serpentina
recital de microfones
passeata até a esquina
tela ostentando brilho
jamegão na cartolina
Vulcano diante da forja
Vênus soprando brisa



RETORNO - Imagem desta edição: Venus na forja de Vulcano, de LeNain.

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