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29 de outubro de 2011

ARRASO



Nei Duclós

Exclusiva como ao sol se fina
o último rebento da açucena
única solidão que te combina
para o mito de ser apenas Lua

Rima de amor, pobre criatura
abandonada na imóvel grua
numa construção que virou ruína
em guerra decidida no subúrbio

É com esse nó que falo ao Tempo
sabendo que serei jogado fora
que importa se terei teu seio

entre as mãos que agora dormem
Despertarei contigo numa cama
em lençóis de flor e cheiro forte



RETORNO - Imagem desta edição: obra dele, William Adolphe Bouguereau.

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