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24 de setembro de 2011

FUGITIVA

Nei Duclós

Nada mais trato contigo
nem luz fosca no piso
manhã de corpo dormido
sesta em sacada mourisca
noite inteira sem abrigo

Não quero toque promíscuo
dividir papo encardido
olho atirado no rio
domínio de mais conflitos
nós da tua companhia

Não sei lidar com isso
café na mesa do hospício
aflição quando despida
cheiro no gesto arisco
trapos de uma rainha

Longe do verso bonito
insumo de desperdício
sarau de oficina escrita
comenda sem sacrifício
consumo de sopa fria

Podes partir, fugitiva
já que perdi o convívio
e rolas com teu martírio
Adorar já não consigo
teu coração à deriva





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