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2 de julho de 2011

VALSA


Nei Duclós

Nenhum ruído denuncia o próximo arco-íris
que você constrói como catedral de cartas

Ainda não surgiu o sol com sua carga
para indispor teu rosto com o espelho

Limpas o pó da arma exposta em peças
arsenal de uma guerra ainda em curso

Alguém bate na janela. É a loucura
Vampira de sonho, sopra uma valsa

Você nem levantou e já está alto
o som imaginário de uma aldrava

Um soneto te espia. Desça da cama.
Venha ver a manhã tossindo a alma


RETORNO - Imagem desta edição: A Valsa, obra de Camille Claudel

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