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4 de dezembro de 2010
ORAÇÃO PARA UM VELHO MICRO
Nei Duclós
Micro xucro de campanha
Que te comprei aos pedaços
Amarrando o barbicacho
Nos teclados corcoveantes
Hoje és menos do que antes
Lasseaste enfim o barbante
Sobreviveste aos tropeços
Às retrancas e aos tombos
Foste tropeando percantas
De palavras estrangeiras
Blogs, saites, posts, meils,
Erretês e âpe greides
nos daunloudes deletantes
Fui te trazendo no laço
Pelas lambanças afora
Não te apichaste na espora
Nunca foste figurante
Nessa soberba campante
Gravada em silício guapo
Hoje todo rebentado
Ninguém vai te dar um trato
Recuperar tua sucata
Ou colocar-te nos trinques
O que te resta é esse canto
De um curral cheio de trastes
Mas te levo no meu peito
Velho micro companheiro
Foste baldaço em entrudo
E pingo brabo em rodeio
Olhando de revesgueio
Com teu jeito macanudo
Deste banho em cancha reta
Mateaste com as legendas
Dos maiorais das contendas
Fazendo só teu trabalho
És mesmo guasca guerreiro
Ancestral do bom combate
Só não driblaste a morte
Porque da bruta é inútil
tentar tapar com peneira
o sol do seu estandarte
Então desconectaste
quando foi lançada a sorte
Micro xucro galponeiro
Mateador de adaga em punho
És o herói dos fedelhos
Que querem pialar no grito
Pois só com um mega e meio
Ganhaste a roda de truco
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