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2 de julho de 2010
INVERNO
Nei Duclós
Fiapos de nuvem, escassa tinta
Raspam o azul no fim de junho
A fuga do sol desperta o sino
Da tarde precocemente abatida
Riscado, o piso do céu observa
As palavras levadas pelo exílio
O céu alvoroçado compartilha
De algo suspeito que faisca
Bruscos cristais buscam abrigo
No poema ermo de sentidos
Bruto é o ar, capuz de calafrio
Onde me cubro antes do luar
Já basta o dia desta dor albina
A cruzar o pórtico dos espíritos
Não há como separar a bruma
De estrela guia que madruga
A curta estadia da vigília
Compõe a trama da aventura
Olhamos para cima e tudo muda
Tempo do verão que se aproxima
RETORNO - Imagem desta edição: tirei daqui.
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