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25 de julho de 2010
CASULO
Nei Duclós
A lente não capta
o verdadeiro traço
Do retrato oposto
Ao que és de fato
É preciso olho
Para enxergar-te
Flor que emerge
No fim do verbo
Rompes, rosa,
promessa escassa
contra o espinho
que nos cerca
Improviso o cálice
de remota carga
abrigo vivo
de uma perda
Cubro de pétala
o tempo amargo
Rompo a pele
de um esporo
Coração de pedra
medra no sinal
vermelho, vaso
pronto na véspera
Espero outro sopro
do mesmo inverno
na manhã que pulsa
no corpo mudo
Driblo a dor de ficar
imóvel, enquanto forço
a viagem do amor
no vórtice do casulo
RETORNO- 1. Imagem desta edição: foto de Ida Duclós.2. Nos primeiros 20 minutos da postagem, o poema foi sendo trabalhado mais de uma vez. A versão final, claro, é a que está acima.
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