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13 de junho de 2010

ESPERA



Nei Duclós

Não és um continente
Para ser descoberto
Outros não são naus
Sonho não é império

O tempo não são velas
Na tua direção
Só a solidão é real
Vida é esquecimento

Nenhum rei enviou
Esquadras ao teu porto
Barras do batismo
Não te registram

És clandestino
De um mundo absorto
Cruzas o mar oceano
Com diário de bordo

Lá está escrito
O itinerário imprevisto
Momentos de deslumbre
Eras de sufoco

Há memórias dessa rota
De um cruzeiro incerto
Mas não servem de insumo
Para a indústria da espera

Ah, poema que bate
Nas bordas do destino
Mapa ainda em branco
E já com linhas tortas

Diga o que não fui
Fale o que não vejo
Sou marujo de um amor
Ainda na costa

RETORNO - 1. Poemas fazem fila e chegam à superfície com tudo. Quem poderá com essa força? 2. Imagem de hoje: Cisne Branco, da Marinha do Brasil.

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