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9 de maio de 2010
MAR DOS NOVE ANOS
Nei Duclós
O mar na minha infância
como um trem no sonho de um louco
um disco voador na porta dos fundos
como o fim do mundo
com ondas voltando de viagem
O mar como um desastre
como um avião que cai no mar
O mar como nunca
verde-claro com rendas de espuma
a dois passos de mim
como um trunfo, um presente
a ser guardado para sempre
um bloco de anotações
um lenço dobrado
Como pássaro de sal com plumas de água
o mar levantou vôo na memória
como as pandorgas
que se enforcam nos fios
Aquele mar se afogou no tempo
escapou das mãos como um peixe pequeno
RETORNO - Poema do meu livro Outubro, sobre o grande impacto que tive na primeira vez em que me levaram para ver o monstro. Foi numa temporada no Imbé, a convite da familia de meus primos Assis, Leda e Vitor Hugo de Aguiar. A foto é anterior, quando eu ainda estava no pré, ou Jardim da Infância, como se dizia na época. Reparem no tope! Eu estudava no Romaguera Correa, situado em frente à praça Barão do Rio Branco em Uruguaiana. Estava quase pronto para ler meu primeiro livro, O Pequeno Lord, de Frances Hodgson Burnett.
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