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10 de março de 2007

O PAPEL DO BRASIL NO PONTO G




Como disse Lula na visita de Bush, o Brasil e os EUA precisam caminhar para o ponto G das negociações (e juntou o polegar e o indicador para ilustrar sua metáfora). Como o ponto G é o estado de orgasmo múltiplo atingido pela mulher, fatalmente o papel do Brasil será o de chegar ao ápice na sua atual posição de pernas abertas. Exatamente a posição oposta a que tínhamos nos dois séculos anteriores.

Sexo todo mundo gosta de fazer, disse Lula dias atrás (vi isso na televisão numa lanchonete, quando tomava uma providencial água de côco). É por isso que o Brasil consolida sua função no concerto internacional das nações: o de país que para que os donos do poder possam gozar. É bom ter um descarado como Lula na presidência: assim a sacanagem fica explícita. Quem votou nele deve estar feliz, me disse o atendente da lanchonete (que talvez tenha tido seu voto distorcido por algum algoritmo, vai saber).

Lula é tomado como exemplo para a América Latina, diz o Nobel em economia Joseph Stiglitz na Folha, sendo considerado de centro e esse foi o motivo, segundo ele, da viagem do presidente americano. O exemplo não é o centro, mas a abertura das pernas. Entreguem-se como um filho da mãe que estarão bem conosco, diz Bush. Deixem dessa coisa de blocos regionais que pega mal, isso lembra atitude independente, um pouco de virilidade, o que é inadmissível. Vocês são fornecedores de mulheres para os gringos, portanto, comportem-se. Lutem para chegar ao ponto G. Aí vocês serão felizes.

Agora vem essa merda de combustível a partir da biomassa (tão defendido pelos trabalhistas) para acabar com o resto da terra arável. Milhões de hectares de produção de alimentos vão migrar para a produção de álcool, etanol etc. Tudo vira commodity, ou seja, faz parte da bolsa de ofertas do circo internacional das finanças. Comida que se foda, terra é produzir grana e não alimentar as pessoas. Nosso ponto G deve ser o de transformar a Amazônia finalmente numa plantation, como existia no Caribe no século 17. Dom Pedro II impediu que a Amazônia fosse devastada. Proibiu até navegação de cabotagem nela. Hoje temos floresta porque tínhamos estadista. Hoje temos gigolôs, os agenciadores do ponto G. Não teremos mais floresta. Ninguém quer saber disso.

Fujo desses assuntos porque abordei demais aqui e não gosto de ficar me repetindo. Mas o presente condena e me faz voltar a ponto de partida. Se esses sujeitos traidores fazem isso com a nação, pergunto: o que faz a cidadania em pânico além de sentir pânico? Se manifesta, grita, se insurge, mas tudo fica igual. Meia dúzia de gatos pingados se opõem publicamente à visita de Bush. É um país de mãos amarradas. Vivemos o mais cruel e nefasto processo político: toda a luta de mais de 40 anos foi por águas abaixo com o governo Lula. Vendo um policial chutar um manifestante na capa da Folha, noto que tudo continua igual. É como se Nixon visitasse Médici. Só que naquela época não tínhamos o descaramento do ponto G.
RETORNO - Imagem de hoje: Dom Pedro II, que fez do Brasil uma nação. Estamos tão atrasados, que conseguimos ser piores do que o Império.

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