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14 de junho de 2005
MEUS POEMAS EM NOVA YORK
Graças à poeta e tradutora Flavia Rocha & Idra Novey, alguns poemas meus foram publicados na versão impressa de uma importante revista literária americana, a Rattapallax, de Nova York, distribuída no Brasil pela Editora 34. Recebi ontem dois exemplares com a novidade. Repasso o que está lá em duas páginas: a poesia brasileira tratada com carinho e consideração pelos editores estrangeiros.
The passenger`s plots
Nei Duclós / Tradução: Flavia Rocha & Idra Novey
The passenger`s plot
Are spirals
He walks into the circle
But always leaves
The passenger never loses track of the docks
Nor misses
His return
Nor stops
To rest
The passenger never loses track of the sea
(Os esquemas do Passageiro
Os esquemas do passageiro são espirais
Ele entra na roda mas sempre sai
O passageiro não perde
a noção do cais
Nem perde a volta
que faz
Nem pousa para descansar
O passageiro não perde a noção do mar)
Crossing Lesson
Every time I see a river
It seems that Argentina is on the other side
The heavy rafts of childhood
Escaped my sight
But the bridge remained
As the eternal promise
That all banis
Can be walked
The world doesn`t have a right side
As there is a solid bridge
Over every water
(Lição de travessia
Sempre que vejo um rio
parece que do outro lado está a Argentina
As balsas carregadas da infância
sumiram do meu olhar
Mas a ponte permaneceu
como eterna promessa
de que todas as margens podem ser pisadas
O mundo não tem lado certo
pois há uma ponte sólida
por cima de todas as águas)
Mars
He stood up
Because there wasn`t any space
Sighed
Because morning doesn`t open
Walked toward Mars
Because in the room
Life had already dried
(Marte
Levantou
Porque não havia mais espaço
Suspirou
Porque a manhã não abre
Caminhou
Em direção a Marte
Porque no quarto
A vida já secou)
Cofee
The rush for coffee stains my shoe
The late wheat breaks through the marble
You want to be the bath
Wash away the discolored blood
But bone makes noise,
and flesh Is hard ground for tragedy
It`s early yet. The panther`s hair
Waits for pain to draw its sword
(Café
A pressa do café mancha o sapato
O trigo tardio quebra no mármore
Você quer ser o banho
e esvair o sangue descorado
Mas osso faz barulho,
e carne é solo firme para o trágico
É cedo ainda. O pêlo da pantera
espera a dor sacar a espada)
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