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9 de abril de 2005

AS MELHORES CENAS DO CINEMA




Vamos aproveitar o fim de semana e voar um pouco, longe de Roma, da Baixada Fluminense e de Brasília (brrrr). Desde dezembro, quando fiz a lista dos melhores de 2004 (que obteve o maior retorno) que não me dedico a um ranking. Agora chegou a vez das melhores cenas de cinema de todos os tempos. Quem quiser, que me ajude e envie suas predileções. A minha é a seguinte:

MELHOR CENA DE CASAMENTO - A campeã absoluta é a de O Violinista no Telhado (Fiddler on the Roof), ao som de Sunrise, sunset ( Essa é a garota que eu criei? Esse é o menino que brincava? Eu não lembro quando ficaram adultos, quando aconteceu isso? Quando ela tornou-se tão bela, quando ele ficou tão alto? Que conselhos posso lhes dar, como posso ajudá-los?). É batata: aparece a cena, eu choro. Talvez porque o casamento é narrado sob o ponto de vista dos pais dos noivos, os que possuem a longa experiência de tanto amanhecer e crepúsculo. Já vi um milhão de vezes o filme, obra-prima absoluta. O diretor é Norman Jewison, o roteiro é de Joseph Stein e a música de Jerry Bock. A outra cena campeã é a de Giant (de George Stevens), quando Rock Hudson, o marido brigão, chega para acertar as pontas com Elizabeth Taylor e assiste, emocionado, o casamento em que ela é madrinha. O reencontro nesse momento é emocionante. Só com olhares.

MELHOR CENA DE AMOR - A cena final de Casablanca (de Michael Curtiz), com Bogart e Bergman, que retrata o amor impossível e remete o sentimento para um espaço mítico, Paris. Há também a cena protagonizada por Audrey Hepburn e George Peppard no final de Breakfast at Tiffanys (de Blake Edwards): o amor assumido no meio da chuva humaniza personagens perdidos e inunda a sala do cinema com um momento inesquecível.

MELHOR CENA DE GUERRA - A dos mortos armados de fuzis no forte cercado pelos árabes no clássico Beau Geste (de William Hellmann), com Gary Cooper. Vi essa cena quando criança (o filme é de 1939, nove antes de eu nascer). Nada mais desolador, nada mais terrível. O herói fica só, rodeado de cadáveres uniformizados. Quem viu sabe: ainda estamos presos naquele deserto e nada nem ninguém virá nos salvar. Não podemos deixar de lado também a cena de E o vento levou (do produtor David O. Selznick), com Scarlet O'hara (Vivian Leigh) no meio de uma multidão de feridos de guerra. Aquele afastamento da câmara, que começa num primeiro plano e termina no inferno é um dos maiores impactos do cinema em todos os tempos.

MELHOR PERSEGUIÇÃO DE CARROS - A de Bullit (de Peter Yates), com Steve McQueen. Depois que os carros desse filme voaram nas ruas de São Francisco, todos os que vieram a seguir fizeram o mesmo. Mais uma campeã: a de O último boy scout, de Tony Scott, com Bruce Willis, que tem como desfecho um carro em queda bruta numa piscina.

MELHOR APARIÇÃO DE PERSONAGEM - A de Omar Sharif em Lawrence da Arábia (de David Lean). Já falei muito sobre essa cena, lenta, muda, torturante, com o cavaleiro montando em seu camelo aparecendo ao fundo do horizonte em forma de miragem e chegando, todo negro em contraste com a areia branca, para matar e ameaçar. E lembramos a aparição imbatível de Jack Palance em Shane (de George Stevens): de roupa e chapéu preto, com as pernas sobrando, no meio do deserto, essa é a maior encarnação do Mal no cinema, segundo a crítica. E Urariano Mota ainda acrescenta: Antonio das Mortes a correr e atirar em Deus e o Diabo, enquanto roda a grande música de Sérgio Ricado - "Se entrega, Corisco!..."

MELHOR CENA DE MORTE - (seleção de Urariano Mota) : A morte de Marlon Brando como o avôzinho brincalhão em O Poderoso Chefão. Acrescento: tudo improvisação do gênio de Brando, segundo Coppola. Ele criou toda aquela seqüência maravilhosa e trágica. Destacaria ainda a morte de Paul Newman em Cool Hand Luke, de Stuart Rosemberg.

MELHOR CENA DE REVELAÇÃO (seleção de Urariano Mota) - O momento em que a ex-cega dá uma esmola a Chaplin em Luzes da Cidade - "você?!". Acrescento: outra campeã é a de Bruce Willis em O Sexto Sentido, de M. Night Shyamalan. Quem poderia imaginar aquele desfecho?

MELHOR CENA DE MORRO - (seleção de Urariano Mota): Grande Otelo em O assalto ao trem pagador, de Roberto Farias, a gastar o dinheiro do assalto. Acrescento: esse filme provou para mim que cinema nacional era outra coisa. Foi a partir dele que vi todos os outros, Glauber inclusive.

RETORNO - Por enquanto são estas. Conforme a gente vai lembrando, vamos renovando o ranking. Participe. A lista começou a crescer. Mande suas sugestões.

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